Dona Severina, mulher pacata que seguia fielmente os costumes da família, depilação não fazia parte da sua rotina. Eram todos peludos, inclusive as pernas...
Em uma das pernas, ela tinha um ferimento coberto por pêlos.
Foi para o medico fazer exames periódicos e descobriu que o problema da perna era grave, um ferimento que não cicatrizava. Tomou todos os remédios e fez todos os tratamentos possíveis: Quimioterapia, Radioterapia ,Remédios caseiros, até bosta de boi e filé em cima da ferida. Mas, infelizmente chegou o veredito: cortar a perna.
Chegando o dia da operação, fizeram uma despedida da perna. Chamaram todos da família, contrataram uma batucada e ofereceram comes e bebes regado de vinhos e queijos, dançaram até de madrugada. A doente participou de toda festa e até ficou muito animada, chegou a cantar tocando seu violão com sua bela voz que na juventude encantou a todos.
Finalmente chegou o dia da cirurgia e correu tudo bem,. Agora, o que fazer com a perna? Jogar no lixo ou enterrar? Fizeram um enterro com caixão, catacumba e recitaram “Bela minha, Bela sempre bela uma perna enterrar” E foi assim que velaram e sepultaram a perna cabeluda.
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